Nas primeiras décadas, após o descobrimento, não pode-se falar na existência da medicina. Os primeiros profissionais da área foram cirurgiões, barbeiros, boticários e aprendizes de barbeiro que vieram na expedição de 1530. A diferença entre um cirurgião barbeiro e um barbeiro era que o primeiro possuía habilitação e licença para a prática, enquanto o outro exercia suas funções após indicação formal de um físico ou cirurgião. O cirurgião barbeiro podia praticar toda a cirurgia, enquanto o barbeiro podia apenas sangrar, sarjar, aplicar ventosas e arrancar dentes.
O ofício de cirurgião, que exigia esforço físico e sacrifício, era visto como uma ocupação depreciativa, nenhum filho de nobre queria andar pelos caminhos lamacentos, no escuro e sem proteção, para atender um doente. Não se deve esquecer que se operava e amputava sem anestesia. Por muitos anos o cirurgião não teve concorrentes.
Além de conhecer a anatomia humana, o cirurgião tinha que ser um pouco astrólogo, pois as sangrias só podiam ser feitas quando os astros encontravam-se em uma certa posição.
Com a chegada dos jesuíta, este quadro mudou, entre os ofícios dos jesuítas, estavam os relacionados com a farmacopéia e a assistência médica: “Eles eram enfermeiros, físicos, barbeiros e botânicos e se a necessidade urgente exigia - eram até cirurgiões”. Com os índios aprenderam a colher as plantas medicinais e manipular as drogas. A principio, os medicamentos vinham do reino já preparados, porém a necessidade obrigou os jesuítas a procurar o q a flora brasileira podia dar.
O ensino da medicina em Portugal limitava-se à leitura de Galeno, Hipócrates, Razis e Avicena. A história das doenças no Brasil e seu tratamento não podem ser dissociados do modo de curar de Portugal e, ao mesmo tempo, da historia da medicina portuguesa. As receitas para os males que vieram de lá foram aqui enriquecidas com o aproveitamento das plantas medicinais da terra e com a arte indígena de curar.
As primeiras doenças foram: febre, malária (1580), bouba (doença infecciosa semelhante à sífilis), opilação de baço e fígado (falta de ferro no organismo), puru puru (dermatose contagiosa com manchas brancas), maculo (espécie de diarréia), tétano, paralisia, desinterias, cegueira noturna e os envenenamentos.
No ano de 1564 houve uma violenta epidemia de varíola na aldeia de Espírito Santo. As mortes chegaram a 34 por dia. A epidemia foi seguida por câmaras de sangue que matou muitas crianças. Sendo necessário fundar estabelecimentos para a assistência hospitalar, ou como eram conhecidas na época, as Casas de Misericórdia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário